Dia da Consciência Negra traz reflexões sobre igualdade.
A partir de 2024, o Dia da Consciência Negra (20 de novembro) passou a ser feriado nacional com a sanção da Lei 14.759/2023. A data é uma homenagem a Zumbi dos Palmares, um dos líderes da resistência negra contra a…
A partir de 2024, o Dia da Consciência Negra (20 de novembro) passou a ser feriado nacional com a sanção da Lei 14.759/2023. A data é uma homenagem a Zumbi dos Palmares, um dos líderes da resistência negra contra a escravidão no Brasil. Zumbi liderou o Quilombo dos Palmares, o maior quilombo da história do país, que resistiu por quase um século até ser destruído pelos colonizadores.
Antes de se tornar feriado nacional, o Dia da Consciência Negra já era comemorado em alguns estados e municípios, como Alagoas, Amazonas, Mato Grosso, Rio de Janeiro e São Paulo. No Distrito Federal, a data era ponto facultativo para algumas áreas da administração pública.
Muitas são as reflexões que a sociedade precisa fazer sobre a igualdade racial num país, onde 55,5% da população brasileira se identifica como preta ou parda, conforme o último Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Um dos grandes desafios é a inserção no mercado de trabalho.
Mesmo com a indicação do crescimento da atividade econômica, o mundo do trabalho continua reproduzindo as desigualdades sociais. Os trabalhadores negros enfrentaram mais dificuldades para conseguir trabalho, para progredir na carreira e entrar nos postos de trabalho formais com melhores salários. E as mulheres’ negras encaram adversidades ainda maiores do que os homens, por vivenciarem a discriminação por raça e gênero. Tanto a inserção quanto as possibilidades de ascensão são desiguais para a população preta e parda. E as mulheres negras acumulam as desigualdades não só de raça, mas também de gênero.
Segundo ainda o IBGE, no ano passado, entre os desocupados, 65,1% eram negros. Quase metade (46%) dos negros estava em trabalhos desprotegidos. Entre os não negros, essa proporção era de 34%. Uma em cada seis (16%) mulheres negras ocupadas trabalha como empregada doméstica. Os negros ganhavam 39,2% a menos do que os não negros, em média. Em todas as posições na ocupação, o rendimento médio dos negros é menor do que a média da população.
INSERÇÃO – O Centro de Integração Empresa-Escola – CIEE/SC é uma das entidades que trabalha para a inserção dos jovens ao mundo do trabalho, principalmente os mais vulneráveis socialmente. No ano passado, 3.422 adolescentes e jovens negros e pardos tiveram a oportunidade do primeiro emprego por meio dos vários programas do CIEE/SC, como os de Aprendizagem e Estágio.
“Nossos programas são uma excelente porta de acesso para que a juventude negra e periférica consiga acessar as oportunidades de trabalho. O CIEE/SC ajudar a localizar esses jovens e fazer um link com as empresas que precisam estar atentas ao indicador da desigualdade racial do país”, destacou a gerente de Assistência Social da entidade, Lisiane Bueno da Rosa.
“É preciso reconhecer o racismo, o processo histórico de desigualdades, mas também uma história atual. A ideia é escrever um novo capítulo desta história. Mitigando os preconceitos, os processos discriminatórios e as desigualdades. Combater o racismo dentro das empresas está ligado no foco na justiça social, criar ambientes seguros para todos os trabalhadores e ainda, ambientes mais inovadores com a promoção da diversidade. Precisamos de ações concretas e audaciosas para combatermos o racismo”